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Aumentar investimentos na Matemática é potencial contribuição para economia do Brasil, diz pesquisa

Dados mostram o quanto o país perde se mantiver a crença de que as Ciências Exatas são para poucos

O Brasil precisa investir e promover maior valorização da Matemática, para contribuir potencialmente na geração do desenvolvimento econômico, seguindo modelos de países onde essa experiência se mostra exitosa.

O estudo “Contribuição da Matemática para a economia brasileira”, divulgado no último mês de fevereiro, revela que essa contribuição, pode gerar um acréscimo de R$ 1,3 trilhão em nosso PIB anual.

O desafio maior no Brasil é transferir essa expertise matemática da academia para o setor produtivo.

Rendimentos
De acordo com os dados dessa pesquisa, os rendimentos dos profissionais que atuam no Brasil em áreas ligadas à Matemática corresponderam a 4,6% do PIB (Produto Interno Bruto) do país, entre os anos de 2012 e 2023.

Na França, em igual período, por exemplo, esses rendimentos somaram 10% dos trabalhadores, o que representa 18% do PIB francês.

Prioridade

O grupo ligado nessas profissões da matemática representam apenas 7,4% dos trabalhadores do Brasil. Entretanto, essa participação é considerada pequena, comparada aos países europeus.

Os dados mostram o quanto perdemos, enquanto sociedade, pelo baixo desempenho de nossos estudantes, e se mantemos a crença de que a matemática é apenas para poucos.

Para o diretor geral do Instituto de Matemática Pura e Aplicada, Marcelo Viana, a Matemática é fundamental para o progresso econômico e social de um país e é também fator de cidadania.

“A aplicação é um poderoso motor de desenvolvimento e gerador de riquezas. Urge transferir essa experiência acadêmica para atividade econômica produtiva brasileira”, salientou o especialista.

Investimentos estratégicos

O estudo mostrou, entretanto, que as deficiências de investimentos do Brasil na Matemática, não configuram de todo uma notícia ruim.

Viana explicou que, apesar do estudo mostrar dados concretos e abrangentes de que o país ainda tem uma longa estrada a percorrer para equiparar-se às economias mais avançadas, há saídas viáveis que podem resultar em geração de riqueza e desenvolvimento.

“É por meio de investimentos estratégicos em educação, que teremos como explorar melhor esse imenso potencial da Matemática, contribuindo com o desenvolvimento econômico”, finalizou.