Censipam alerta para possível nova seca histórica, em 2025

O Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam) apresentou um prognóstico de seca e queimadas para 2025, que acendeu o alerta para a economia amazonense.
De acordo com o estudo, a Amazônia seguirá vulnerável aos extremos climáticos em 2025, mesmo com a previsão de chuvas dentro da média histórica para o primeiro semestre.
Nesse contexto, conforme o Censipam, os níveis dos rios não devem se normalizar, exceto no sudeste de Mato Grosso, onde as temperaturas podem ser mais altas que a média. Já no Amapá e no norte do Pará, as precipitações devem ser mais intensas.
Para o economista e presidente do Sindicato dos Fazendários do Amazonas (SIFAM), Emerson Queirós, os setores produtivos precisam perenizar as medidas preventivas feitas no ano passado que resultaram em ações proativas para a indústria e para o comércio, além de garantir assistência às populações afetadas.
“No ano passado, o quadro econômico só não foi mais impactado em virtude dessas medidas preventivas, como o porto provisório e o estoque antecipado. Essas ações servem de aprendizado para extremos climáticos futuros, para que não se cometa os mesmos erros, sobretudo, na questão de se diminuir os impactos sobre a população mais vulnerável”, argumentou Queirós.
Fretes
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Amazonas (Fecomercio-AM) divulgou um vídeo em que orienta empresários do Estado sobre os prováveis aumentos no custo dos fretes e atrasos na recepção de mercadoria, caso se concretizem os dados da Defesa Civil do Amazonas e do Censipam sobre a estiagem intensa deste ano 2025.
De acordo com a entidade, o alerta reflete um receio em relação às últimas duas secas históricas que impactaram a produção e o consumo, além de encarecer os custos logísticos.
“É preciso evitar os prováveis aumentos no custo dos fretes e atrasos na recepção de mercadorias, para não experimentar novamente todos os gargalos provocados pela estiagem. Planejar agora é o melhor caminho para reduzir riscos e proteger seu negócio”, afirmou o presidente da Fecomercio, Aderson Frota.
Segundo boletim produzido pelo Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), a expectativa para o primeiro trimestre de 2025 é de chuvas mais intensas no Amapá, no norte do Pará e Maranhão. Em outras áreas da Amazônia Legal, a precipitação deve ficar dentro do esperado.
No entanto, devido aos longos períodos de seca recentes, mesmo com o início das chuvas e os rios voltando a ter um comportamento mais estável, não se espera que eles atinjam os níveis normais para essa época do ano.
A seca de 2024 foi considerada a maior que se tem registro, intensificada pelo fenômeno El Niño, que reduz a ocorrência de chuvas na Amazônia. No dia 4 de outubro, o Rio Negro, que banha Manaus, atingiu sua menor cota: 12,66 metros.
*Com informações da Fecomercio