Desigualdade salarial entre homens e mulheres aumenta no Amazonas, diz MTE

A terceira edição do Relatório de Transparência Salarial e Critérios Remuneratórios divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) mostra que a desigualdade salarial entre homens e mulheres avançou 5,85% no Amazonas nos últimos oito meses.
Essa disparidade que já era de 20,52% na última pesquisa, divulgada em setembro de 2024, passou a ser de 21,72% neste mês de abril.
Atualmente, as amazonenses recebem, em média, R$ 2.872,07 contra R$ 3.622,55 de remuneração média percebido pelos homens.
Cargo
O relatório também revela que as disparidades se acentuam de acordo com o cargo ocupado. Mulheres em funções de direção e gerência recebem, em média, 73,2% do que ganham os homens.
Entre as profissionais com nível superior, a média é de 68,5%. Nas funções administrativas, o percentual sobe para 79,8%.
O relatório também demonstra a diferença racial no Estado. Mulheres negras recebem, em média, R$ 2.750,49 no Amazonas, enquanto mulheres não-negras ganham R$ 3.504,96 — uma diferença de 21,5%.
Em todo o país, a média da diferença salarial entre homens e mulheres também aumentou e chegou a 20,87%, uma alta de 0,18% em relação ao levantamento anterior. Nacionalmente, mulheres negras ganham, em média, R$ 2.864,39, enquanto mulheres não negras recebem R$ 4.661,06 — ou seja, 38% a mais
Nacional
Apesar das desigualdades persistentes, o relatório mostra avanços na presença feminina no mercado de trabalho.
Entre 2023 e 2024, a participação de mulheres negras cresceu 18,2%, passando de 3,2 milhões para 3,8 milhões de trabalhadoras.
Também houve redução no número de estabelecimentos com até 10% de mulheres negras: de 21.680 em 2023 para 20.452 em 2024.
Entre as unidades da federação, os menores índices de desigualdade salarial estão em Pernambuco (9,14%), Acre (9,86%), Distrito Federal (9,97%), Piauí (10,04%), Ceará (10,21%) e Alagoas (11,08%). Os estados com as maiores diferenças são Paraná (28,54%), Espírito Santo (28,53%) e Santa Catarina (27,96%). O Amazonas, embora não esteja entre os extremos, apresenta dados que ainda preocupam.
*Com informações do MTE